Travesti ou traveco: a discussão polêmica do BBB ganhou as redes

BBB Twitter: "Eu não sou homem, eu não sou mulher. Eu sou travesti.” Foi assim que a cantora Linn da Quebrada se apresentou aos demais competidores do BBB ao entrar na casa mais vigiada do Brasil. Uma das participantes favoritas dos fãs que acompanham o BBB Twitter, nos últimos dias Linn precisou por várias vezes reafirmar sua identidade de gênero e por qual pronome deve ser tratada – apesar de literalmente trazer “ela” tatuado na testa. 

Mas, afinal, porque essa “confusão” do BBB Twitter sobre os pronomes é ofensiva e porque chamar uma travesti de “traveco” é um insulto? Para responder essa pergunta é importante entender o que é identidade de gênero.

BBB Twitter: Travesti x Traveco

Sexo vs gênero: qual é a diferença?

O sexo biológico é aquele que é atribuído quando nascemos: masculino ou feminino. Já a identidade de gênero é o sexo com o qual a pessoa se identifica ao longo da vida e tem a ver também com que papel social cada pessoa acredita representar. O gênero com que alguém se identifica pode ou não ser o mesmo que sexo lhe atribuído em seu nascimento. Ou seja: sexo é biológico, gênero é social e tem a ver como alguém se reconhece e comporta socialmente. A mandala da diversidade sexual, ilustrada abaixo, deixa bem claro as possibilidades diversas de identidade de gênero.

Dentro dessa experiência de gênero temos duas categorias: as pessoas cisgênero – que se identificam com o sexo do seu nascimento – e as pessoas transgênero, que se expressam em comportam de acordo com outro sexo que não os que lhe foi atribuído. É nesta segunda categoria que a cantora Linn da Quebrada se encontra. Ela se identifica como Travesti. De acordo com a pesquisadora Jaqueline Gomes de Jesus, doutora em Psicologia pela Universidade de Brasília: 

“São travestis as pessoas que vivenciam papéis de gênero feminino, mas não se reconhecem como homens ou como mulheres, mas como membros de um terceiro gênero ou de um não-gênero. É importante ressaltar que travestis, independentemente de como se reconhecem, preferem ser tratadas no feminino, considerando insultuoso serem adjetivadas no masculino”. 

Ainda nessa perspectiva, o termo traveco é considerado pejorativo  porque o diminutivo “eco”, em português, dá um sentido negativo quando se junta a outra palavra. Por isso, a cantora Linn da Quebrada tem toda razão ao deixar claro que é travesti e ao continuar insistindo ser tratada com respeito.

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